domingo, 28 de dezembro de 2025

Passeio Matinal por Bucos

O passeio matinal por Bucos começa na ponte da Pereira, ponto de encontro antigo e simbólico, sobre o sereno rio Peio, cujas águas acompanham a memória e o quotidiano da freguesia. Dali, o caminho segue junto à piscina comunitária de Bucos, hoje espaço de convívio, e aos moinhos que outrora moíam o milho e o centeio: os moinhos da Serra, da Senra, o moinho da casa do José, o do poço do Capitão, o moinho da casa de Sanoane de Cima e o moinho da casa da Pereira, todos integrados na paisagem do monte do Outeiro, coberto de árvores que mudam de cor ao longo das estações. Atravessando a ponte do Vale, a caminhada segue em direção ao lugar da Deveza, com as suas casas antigas, hortas e um vale fértil de campos agrícolas, onde se destaca o campo de kiwis, sinal dos tempos novos que convivem com a tradição. Mais adiante surge o lugar da Touça, com a casa do José, outras casas antigas e a pequena casa da Maria do Trigo, modesta mas orgulhosa do seu espigueiro, guardião do milho. A poça da Quelha, usada para a rega dos campos, reflete o céu da manhã. Seguem-se a casa do Ruival, a fonte de água e novamente a casa da Pereira, a casa do Coucieiro com o seu espigueiro, e a casa da Vendeira, onde existiram o primeiro mercado e a primeira escola da freguesia, marcos importantes da vida comunitária. O percurso conduz ao largo da Fonte da Vila, coração de Bucos, ladeado pela casa da Senra e pela casa da Angustinha. A visita ao adro da igreja convida ao silêncio e à memória, entre túmulos que contam histórias de gerações. No interior da igreja, os altares e o altar-mor revelam fé, arte e devoção. Perto dali, o cruzeiro observa o vaivém do tempo e as casas de Sanoane de Baixo e de Cima. Subindo a rua da Portela, surgem casas antigas e uma ampla paisagem sobre o vale de campos. O caminho leva a um aglomerado de casas, ao largo do Jeremias, à imagem da Senhora dos Caminhos, à antiga escola, hoje Museu da Lã, e à Junta de Freguesia. As poças de Vales anunciam a proximidade da antiga capela, hoje eira e espigueiro de milho, símbolo da adaptação dos espaços ao longo do tempo. O passeio encerra-se onde começou, na ponte da Pereira, lugar carregado de tradição, onde se diz que as pessoas da freguesia batizavam os bebés ainda na barriga das mães, num ritual simples e cheio de fé. Assim termina um passeio matinal por Bucos: feito de caminhos, águas, casas e memórias vivas, que continuam a unir passado e presente.

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