quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Bucos, sabores ancestrais

Sabores ancestrais da Freguesia de Bucos e da região de Basto,
seus enchidos saborosos e apetecíveis, marca característica desta região. 



sábado, 16 de fevereiro de 2019

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

História de uma viagem - Mafra

Três meses em Mafra 

Três meses difíceis. 


Nunca fui jovem de desistir. Mas o aborrecimento constante, ao longo do tempo, marcou a minha estadia naquela Unidade.  A instrução militar foi sofrida, mas conseguida. 

A passagem da vida civil para a militar foi uma mudança radical. Apesar dos tempos difíceis que se viviam na altura, tinha os meus amigos, enfim poderei dizer que tinha uma vida estabilizada. A tropa tirou-me um pouco tudo. Deixei de ter nome, passei a ser tratado por um número, a alimentação era péssima, as provas físicas muito exigentes e desgastantes e as provas psicológicas arrasadoras.
Recordo-me das instruções noturnas, em que nos obrigavam a caminhar dentro da Tapada de Mafra,onde o o mato era da nossa altura, passar de gatas por meio de túneis com pouco mais de um metro de altura, com água a dar-nos pelo pescoço. 
Recordo-me, ainda, das instruções noturnas que começavam às dez da noite e quando por volta da meia noite chegávamos exaustos ao quartel o instrutor dizia vamos dar mais uma voltinha. Foram dias muito difíceis aqueles.
Sempre que vou a Mafra, sinto um arrepio percorrer-me as costas. Isto acontece-me porque o tempo de tropa que passei em Mafra foi bastante traumatizante, em consequência dos  feridos que houve entre os meus camaradas de companhia, fruto da brutalidade da instrução militar que nos foi ministrada naquela Escola.
Ainda fui indicado, pelo Comandante de Pelotão, para fazer provas para a tropa especial Comandos, mas recusei por motivos pessoais. Depois, quando pensava na Força Aérea, fui preterido por represália. Só contratempos.
 Durante a instrução do primeiro ciclo do Curso de Oficiais Milicianos, houve entre os soldados-cadetes da minha incorporação  dez feridos do meu pelotão de instrução, diversos feridos   no 4º pelotão num outro incidente. e outros iam morrendo afogados na travessia de rio Lizandro, que foram salvos pelos companheiros.

O problema era sentido na desumanidade do comando sobre aqueles, que não podiam, principalmente. 

Era aterrorizador ver atitudes desumanas, ouvir impropérios e ver atos impensáveis, como rebentar uma granada ofensiva no meio do pelotão e enviar 10 homens para a enfermaria. 
 Como uma areia me partiu os óculos, fui enviado pelo médico da unidade para o Hospital Militar da Estrela, Lisboa, por precaução e para ser examinado. Foram os melhores três dias da minha recruta. Depois da consulta, estávamos livres para passear e conhecer Lisboa. Foi uma ótima terapia e estadia.

A terapia utilizada na instrução militar me fez lembrar o filme "Tratamento de choque", em que os normais tinham de ficar decididos, intolerantes. 

Na última operação militar, travessia do rio Lizandro, com o cansaço no corpo e as armas na mão, aconteceu a revolta esperada de uma Companhia, que pretendia libertar-se das desumanidades ou atrocidades cometidas. Valeu a intervenção do Comando da Escola, do Médico, dos Enfermeiros, porque os Comandantes de Pelotão fugiram como cobardes. Foi fixe! A revolta é um ato de coragem, de afirmação contra a intolerância, a estupidez. Tudo aconteceu como no filme, os desafoitos ficaram na sua, mais tolerantes e os normais, a grande maioria, ficaram intolerantes, decididos para enfrentar os perigos. 

Como terapia, será que valeu?  Mas foi demasiado estúpida e intolerante. Nos dias de hoje, os Comandantes seriam incomodados para justificar tanta estupidez, como aconteceu nos exercícios das Tropas "COMANDOS".

JURAMENTO DE BANDEIRA 

 MAFRA

5 companhias de COM, 25 pelotões, 1.115 soldados - cadetes


História de uma viagem - Bucos - Mafra

BUCOS - MAFRA

CASA DA PEREIRA - ESCOLA PRÁTICA DE INFANTARIA

 

Uma viagem inicíada na minha terra natal, Bucos, Casa da Pereira, até à estação de comboio mais próxima da minha residência, estação ferroviária do Arco de Baúlhe, com objetivo de me integrar no serviço militar. 
Sem sobressaltos, cheguei  ao Arco de Baúlhe, porque esta pequena viagem pertencia ao meu universo de conhecimento.

 ARCO DE BAÚLHE

Estação Ferroviária de Arco de Baúlhe
PEQUENA HISTÓRIA 

"A construção da Linha do Tâmega iniciou-se em Março de 1905, tendo o primeiro troço, entre Livração e Amarante, sido inaugurado  a 21 de Março de 1909.
O primeiro comboio chegou ao Arco de Baúlhe por volta das 15 horas de 15 de Novembro de 1948"
"Devido ao reduzido movimento, o troço entre Arco de Baúlhe e Amarante foi encerrado ao serviço em 1 de Janeiro de 1990".

 

BUCOS - ARCO DE BAÚLHE – PORTO -  MAFRA

Esta viagem durou mais de 12 horas, foi muito prolongada no tempo e cansativa. 
 Utilizei quatro meios de transporte, autocarro,  comboio, comboio e  táxi. 
Partindo de Bucos, passando por Cabeceiras de Basto, Arco de Baúlhe, Livração, Campamhã, Porto  e chegando, já noite, a Mafra. 
A 1ª mudança de comboio aconteceu na Livração, términus da linha Vale do Tâmega. Uma estação pequena, onde os comboios aguardavam uns pelos outros, uma facilidade e uma afabilidade  para o mundo de hoje, impossível. De seguida, segui num comboio da linha do Douro até Campamhã - Porto. Tudo de bom, até ao momento. 
A 2ª mudança de comboio aconteceu no Porto. Apanhei o comboio Porto - Mafra, viagem que demorou cerca de 6 horas.
Quando cheguei à estação de Mafra era noite. Durante a viagem, fiz contato com dois  companheiros de carruagem, que seguiam igualmente para Mafra e para a Escola Prática de Infantaria, o que amenizou a minha tormenta do  1º dia de viagem. 
De salientar, a  importância das pessoas junto das outras pessoas. Quando já reclamava, comigo mesmo, do tempo, do incómodo, da longa viagem, apareceram outros companheiros de viagem, que tranquilizaram a situação.
 O meu momento de "vida difícil" esmoreceu com o diálogo das novas companhias, que viviam situações semelhantes.
De táxi, cheguei finalmente ao quartel de instrução militar Escola Prática de Infantaria, Mafra.

DESTINO

Escola Prática de Infantaria

MAFRA

  
Pequena História
"A Escola Prática de Infantaria (EPI) MHTE • MHA • MHL era um estabelecimento de ensino do exército português, cujo objetivo é a formação de tropas na arma de infantaria. Este estabelecimento estava instalado em parte do edifício do Convento de Mafra, na vila de Mafra.
Foi criada em 1890 e desativada em 2013, passando as suas funções para a Escola das Armas.
A designação da EPI é alterada para "Escola de Tiro da Infantaria", em 1911. Em 1926, é reestabelecida a anterior designação de "Escola Prática de Infantaria".
A Escola Prática de Infantaria foi desativada a 1 de outubro de 2013, na sequência de unificar as diversas escolas práticas das armas do Exército numa única Escola das Armas"

Palácio Nacional de Mafra

História

"Por vontade real, o projecto inicial de um convento para 13 frades foi sucessivamente alargado para 40, 80 e finalmente 300 frades, uma Basílica e um Paço Real. No entanto, à data da sagração da Basílica, 22 de Outubro de 1730, apenas estavam abertos os alicerces do que viria a ser o Palácio, que apenas começou a ser construído nos anos seguintes, sendo dado como concluído perto de 1735.
A vida de Corte no Palácio de Mafra ao tempo de D. João V foi relativamente escassa, pois o Rei adoeceu gravemente em 1742 e morreu em 1750."
Aqui se instalou toda a Corte no ano de 1806/1807, na atribulada época que precedeu as Invasões Francesas.
Em Dezembro de 1807, as tropas francesas alojaram-se no Palácio sendo, alguns meses depois, substituídos por uma pequena fracção do exército inglês que aqui ficou até Março de 1828.
" O Palácio de Mafra está também associado ao fim da monarquia em Portugal, pois acolheu o rei D. Manuel II na última noite que passou no reino antes da sua partida para o exílio".

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

História de uma viagem Janeiro de 1969


Fui Alferes Miliciano da Companhia de Artilharia 2671, que cumpriu a sua missão militar em Angola, Lunda Norte, nos anos 70/72 e gostaria de lembrar algumas das minhas experiências, talvez algumas com menos detalhes  e dar a conhecer alguns aspetos  da minha vida e das minhas  viagens, porque  é impossível esquecer o que senti nesses momentos. 


Meu pai, nascido e crescido numa pequena aldeia da Serra da Cabreira tinha os seus sonhos, as suas ideias e sempre tentou conduzir os ideais de seus filhos. Assim gostaria de ter um Professor, um Padre e um Militar na família, exemplos do passado na família. 
Sabendo  do interesse de meu pai, pensei seguir um dos seus ideais e ser militar.  Mas esta minha opção durou muito pouco tempo. Durante a minha recruta, em Mafra, fiquei totalmente desiludido com os militares, pela falta de humanidade e extrema violência.

sábado, 2 de fevereiro de 2019

História de uma viagem - Exército Português


A minha viagem ao serviço  do Exército Português, serviço militar obrigatório, 1969/1972. Não tenho como negar que toda viagem muda um pouco de nós.  Viajar para lugares diferentes, proporciona vivências e aventuras novas . Mas  algumas viagens são mais marcantes de  momentos mais difíceis que fizeram  repensar a minha vida.
contada em momentos e fotos do dia a dia, no serviço militar obrigatório, que teve início em janeiro de 1969 e fim em março de 1972.
 Em janeiro de 1969 foi o início de uma longa odisseia que só terminaria no dia 4 de março de 1972, na data do meu regresso de Angola e passagem à disponibilidade.
Há datas que, por bons ou maus motivos, são um marco na nossa vida.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

"De fome ninguém vi morrer, a muitos sim, de muito comer."

Alguns ditados sobre a "FOME"
 
"Quem tem fome, tudo come."
"A fome é o melhor tempero."
"A fome é a melhor cozinheira."
"Quem tem fome, sonha com pão."
"Para quem tem fome, não há pão ruim."
"A fome faz sair o lobo ao povoado."
"Quem tem fome, não olha o que come."
"Fome de caçador, sede de pescador."
"De fome ninguém vi morrer, a muitos sim, de muito comer."
"Nem com tanta fome ao prato, nem com tanta sede ao pote."
"Juntar a fome com a vontade de comer."
"Asno que tem fome, a manjedoura come."
"Fome e esperar faz desesperar."
"A fome é má conselheira."
"A hora de comer é a da fome."
"A fome carrega nas costas a justiça."
"Quem está com fome, não escuta conselhos."
"A fome não espera pelo tempo da fartura."
"A fome é inimiga da virtude."
"Quem tem fome, alhos come."
"A fome faz a onça sair do mato."
"À fome não há pão duro."
"A fome é inimiga da alma."

"Em janeiro, um pouco ao sol, um pouco ao fumeiro"

Como diz o ditado