sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

A Rechã de Sanoane

Na rechã de Sanoane, o tempo abranda, sobre a terra aberta ao céu antigo, ergue-se o cruzeiro, guardião de silêncios, cruz de pedra onde a fé repousa e vigia. Ali, os passos antigos deixaram sinais, vozes de outrora misturam-se ao vento, rezas baixas, promessas simples, a sombra do cruzeiro alonga-se na tarde. A Casa de Sanoane de Cima observa, de janelas abertas ao vale e à memória, paredes que guardam risos, lutos e esperança, coração de pedra onde a vida sempre voltou. Entre a casa e o cruzeiro corre a história, feita de encontros, partidas e regresso, terra partilhada, chão de comunidade, onde cada pedra sabe o nome de quem passou. E quando o sol se deita por trás dos montes, a rechã fica em silêncio dourado, como se o lugar inteiro rezasse baixinho, agradecendo o dia, guardando o amanhã.

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