quarta-feira, 3 de dezembro de 2025
Poema a Casa de Sanoane de Cima
No sopé do outeiro, onde a rechã respira calma,
ergue-se a Casa de Sanoane de Cima, velha de séculos,
com a Cruz de São João gravada na alma
e o vento a sussurrar histórias desde 1677.
Entre silêncios de pedra e memórias de luz,
passaram os Delgado, que ali plantaram raízes,
os Henriques, que lhe deram voz e caminho,
e os Braz, guardiões do tempo e do destino.
Junto ao cruzeiro, onde a fé encontra a terra,
a casa vigia o vale como um velho pastor,
sentinela de invernos duros e primaveras brandas,
comportando no peito a coragem de quem viveu antes.
À sombra da cruz, ergue-se o lume das gerações —
um fio contínuo de mãos que semearam, moldaram, sonharam.
Cada janela vê mais do que o mundo:
vê a memória, a pertença, o coração de Bucos.
E enquanto o outeiro permanece, altivo e paciente,
a Casa de Sanoane de Cima persiste também,
casa de pedra, casa de gente, casa de alma —
um farol antigo,
onde o passado acende o futuro.
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