segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Casa de Sanoane de Cima

Casa antiga, de pedra e silêncio, onde o tempo abranda os passos. As paredes guardam vozes de quem ficou e de quem partiu. No canastro, o milho dorme a memória, grão a grão, histórias de colheita e pão, mãos calejadas, dias longos, o sustento feito de esperança. O cruzeiro ergue-se firme na rechã, vigia caminhos, vitórias e promessas, A cruz de fé, de sombra breve, marco de encontros e despedidas. A figueira abre o seu abraço largo, folhas como mãos protetoras, frutos doces de verão, infância colhida ao correr dos dias. E a fonte canta baixinho, sem pressa, água clara a lavar cansaços, espelho do céu e da serra, vida a nascer da pedra fria.

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