segunda-feira, 7 de dezembro de 2020
Equipa de Jogo de Pau, Bucos, 1958.
Uma multidão de assistentes se posicionou para ver esta demonstração, nesta tarde do mês de março de 1958, junto ao campo de Vales do Sr Sanoane de Baixo.
Eu fui um, entre muitos, dos assistentes.
Tinha 11 anos. Fiquei surpreso com as habilidades e a técnica utilizada pelo Mestre Calado e seus alunos.
Nesse dia, passei a ser, mais um, novo jogador do jogo do pau de Bucos.
O entusiasmo foi tão grande, que a escola de jogo de pau de Bucos continuou a sua atividade por mais uns meses.
Os anos de 1957/58 ficaram marcados, nesta Freguesia, pela escola de jogo do pau de Mestre Calado.
Mestre Calado, um homem simples, sem eira nem beira, de cor mourisca. Chegou a Bucos sem saber o que fazer, sem dinheiro, família desconhecida, sem local para dormir. A sua habilidade estava voltada para o jogo do pau, assim o demonstrou na eira da Casa da Pereira.
A Casa do Martins, hoje do Manuel do Orides, abriu-lhe as portas, onde se hospedou e ajudava em pequenos trabalhos. Nas tardes, deslocava-se até ao largo da Rechada, onde fazia algumas habilidades com o seu pau e deliciava os jovens na altura.
Os jovens de Bucos aderiram à sua habilidade e proposeram-lhe a orientação de uma escola de jogo de pau.
Nessa altura, já havia alguns bons jogadores de pau em Bucos: Ernesto dos Santos, josé de Piornedo, Brás da Pereira, Barroso de Vila Boa, Orides, Manuel do Anelho. Mas Mestre Calado era muito mais hábil, mais espetacular, fàcilmente captou o interesse de muitos Buquenses.
Aderiram Custódio de Piornedo, José de Piornedo, josé Silva (da Luisa), Fernando Lima (do Gídio), Artur Ramalho (do Maria Teresa), Manuel do Anelho, Orides Fontes, Avelino Fecheira, Ernesto dos Santos, Custódio Brás, meu pai, José do Freitas, Alfredo Serra; alguns alunos de Vila Boa: Manuel Pereira (Silvina), Manuel Barreto, Abílio? Dixe; alguna alunos de Carrazedo Jaime Dias e Américo Dias.
A escola do Jogo de pau de Bucos de Mestre Calado foi o início do GRUPO DO JOGO DO PAU SÃO JOÃO BATISTA DE BUCOS, ainda hoje existente.
Obrigado, Mestre Calado.
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