Dá esta terra bastante milho alvo e milhão e centeio que será tudo por igual. Dá algum vinho muito verde e alguma castanha limitada. Fruta de nenhuma qualidade. Não tem correio. Serve-se com o correio da Raposeira que dista desta freguesia três quartos de légua. Dista esta freguesia da cidade de Braga, capital de Arcebispado, seis léguas e meia e da de Lisboa, cabeça do Reino, sessenta.
No tempo do Terramoto de mil e setecentos e cinquenta e cinco não padeceu naufrágio algum. E neste particular da terra não há coisa alguma notável mais digna de se contar.
Tem uma serra chamada Maçã que confina com a freguesia de Santa Maria de Salto que terá de comprido no distrito desta freguesia uma légua e de largura meia. Nasce nela um limitado rio que se vem meter em o de São Nicolau, aonde se terminam os limites desta freguesia.
O seu nascimento é muito humilde, mas correndo seu curso se vai aumentando nas águas, ainda que sempre pobre. Nesta serra não há povoação nem aldeia alguma e é toda inculta toda esta serra e os mais montes da freguesia se metem de carqueja e urze, tojo.
Tem alguma caça de perdizes, coelhos e algumas caças grossas como são lobos, raposas, javalis ainda que tudo com pouca abundância. Os gados que nesta se criam em maior abundância são cabras e também algum gado grande. E neste particular da serra não há coisa de mais circunstância que se possa dizer.
O rio que corre por esta freguesia que vem da serra chamada de Maçã chamam o rio de Porto Souto e como já disse nasce muito pobre. Mas com efeito corre todo o ano e como é pobre de cabedais não se ostenta soberbo na corrente ainda que tem algumas cachoeiras na sua distância mas pequenas.
Corre do Norte ao Sul até se meter no rio de São Nicolau como já fica dito. Da parte do Poente vem outro rio com o curso mais sereno que tem o seu princípio no lugar de Carrazedo desta freguesia e no de Figueiró do Monte da freguesia de Santa Maria de Aboim em suas humildes fontes que murmurando das ásperas terras por onde passam se vão conduzindo pela mesma parte do Norte até se irmanarem com outro rio que vem da serra da Maçã que a poucos passos se sepultam nas correntes do rio de São Nicolau aonde de todo perdem o nome.
Ambos criam peixes, trutas e escalos que suposto são pequenos no corpo são grandes no gosto cuja pescaria é livre a toda a pessoa. As suas margens são cultivadas pelos seus nacionais e produzem os frutos que acima fica dito. Deste rio que corre à parte do Norte se chama rio de Moinhos.
Terão ambos de distância cada um três quartos de légua. Não é navegável nem o limitado das suas águas pode admitir embarcação por pequena que seja. Tem este rio da parte do Norte uma ponte de pau em um sitio chamado Casares que é na estrada real que vai desta freguesia para a cidade de Braga e dela para este termo de Basto e toda a Província de Trás-dos-Montes que pela muita gente a que dá passagem devia ser feita de esquadria por ser estrada muito publica e frequentada.
Tem mais outros passadiços em várias partes feitos em uma só trave de pau por onde passa gente de pé e por barcos e de pouca apreensão os não descrevo. Tem estes rios ambos bastantes moinhos em que os lavradores moem o seu pão. Das suas águas usam livremente os lavradores para as suas agriculturas. E não acho nestes rios coisa mais notável nem na terra nem nas serras de que se possa fazer apreensão que aqui não vá descrevido [sic]. Passa tudo na verdade.
São João Batista de Bucos, vinte e dois de maio de mil e setecentos e cinquenta e oito.
António Alves Teixeira que o subscrevi e assinei e vigário António Alves Teixeira. E reitor Domingos Camelo de Sousa. O vigário João Ferraz Ribeiro.
No tempo do Terramoto de mil e setecentos e cinquenta e cinco não padeceu naufrágio algum. E neste particular da terra não há coisa alguma notável mais digna de se contar.
Tem uma serra chamada Maçã que confina com a freguesia de Santa Maria de Salto que terá de comprido no distrito desta freguesia uma légua e de largura meia. Nasce nela um limitado rio que se vem meter em o de São Nicolau, aonde se terminam os limites desta freguesia.
O seu nascimento é muito humilde, mas correndo seu curso se vai aumentando nas águas, ainda que sempre pobre. Nesta serra não há povoação nem aldeia alguma e é toda inculta toda esta serra e os mais montes da freguesia se metem de carqueja e urze, tojo.
Tem alguma caça de perdizes, coelhos e algumas caças grossas como são lobos, raposas, javalis ainda que tudo com pouca abundância. Os gados que nesta se criam em maior abundância são cabras e também algum gado grande. E neste particular da serra não há coisa de mais circunstância que se possa dizer.
O rio que corre por esta freguesia que vem da serra chamada de Maçã chamam o rio de Porto Souto e como já disse nasce muito pobre. Mas com efeito corre todo o ano e como é pobre de cabedais não se ostenta soberbo na corrente ainda que tem algumas cachoeiras na sua distância mas pequenas.
Corre do Norte ao Sul até se meter no rio de São Nicolau como já fica dito. Da parte do Poente vem outro rio com o curso mais sereno que tem o seu princípio no lugar de Carrazedo desta freguesia e no de Figueiró do Monte da freguesia de Santa Maria de Aboim em suas humildes fontes que murmurando das ásperas terras por onde passam se vão conduzindo pela mesma parte do Norte até se irmanarem com outro rio que vem da serra da Maçã que a poucos passos se sepultam nas correntes do rio de São Nicolau aonde de todo perdem o nome.
Ambos criam peixes, trutas e escalos que suposto são pequenos no corpo são grandes no gosto cuja pescaria é livre a toda a pessoa. As suas margens são cultivadas pelos seus nacionais e produzem os frutos que acima fica dito. Deste rio que corre à parte do Norte se chama rio de Moinhos.
Terão ambos de distância cada um três quartos de légua. Não é navegável nem o limitado das suas águas pode admitir embarcação por pequena que seja. Tem este rio da parte do Norte uma ponte de pau em um sitio chamado Casares que é na estrada real que vai desta freguesia para a cidade de Braga e dela para este termo de Basto e toda a Província de Trás-dos-Montes que pela muita gente a que dá passagem devia ser feita de esquadria por ser estrada muito publica e frequentada.
Tem mais outros passadiços em várias partes feitos em uma só trave de pau por onde passa gente de pé e por barcos e de pouca apreensão os não descrevo. Tem estes rios ambos bastantes moinhos em que os lavradores moem o seu pão. Das suas águas usam livremente os lavradores para as suas agriculturas. E não acho nestes rios coisa mais notável nem na terra nem nas serras de que se possa fazer apreensão que aqui não vá descrevido [sic]. Passa tudo na verdade.
São João Batista de Bucos, vinte e dois de maio de mil e setecentos e cinquenta e oito.
António Alves Teixeira que o subscrevi e assinei e vigário António Alves Teixeira. E reitor Domingos Camelo de Sousa. O vigário João Ferraz Ribeiro.
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